
A falta de tempo costuma ser um dos maiores entraves para quem quer ter uma alimentação mais saudável e os dias de confinamento podem ser encarados como uma oportunidade para se aproximar da cozinha. Fazer a sua própria comida é uma forma de economizar, já que é um momento de incerteza e de comedimento de despesas; de garantir a higiene dos alimentos que são ingeridos; de fortalecer o sistema imunitário, com uma oferta maior de vitaminas e minerais e de evitar o ganho de peso. Cozinhar também se pode tornar um hobbie e mais uma fonte de distração.
Muita gente está preocupada com um possível ganho de peso neste período de confinamento. Algumas dicas podem ajudar a evitar que isso aconteça. Mas a ideia aqui não é impor nenhum padrão estético ou condenar os quilinhos extras que possam aparecer, é apresentar uma forma mais saudável de lidar com a comida, pois os hábitos que nos podem fazer engordar, também são nocivos para a saúde geral do nosso organismo.
1- Tenha horários definidos para se alimentar
É importante realizar no mínimo cinco refeições por dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, e manter um intervalo entre elas, que vai de duas horas e meia a três horas. Quem tem o hábito de ‘petiscar’ muitas vezes antes desse prazo, pode desregular a quantidade de glicose no sangue e provocar uma resistência à insulina, que pode ter diversas consequências nocivas, entre elas, o ganho de peso. Também é importante alimentar-se a cada três horas para manter a regularidade no fornecimento de matéria-prima e energia para o organismo, que irá colaborar com o nosso equilíbrio físico, mental e emocional; permitir, quando necessário, que o excesso de gordura seja utilizado para nos dar energia, favorecendo o emagrecimento; possibilitar a incorporação das proteínas nos músculos, colaborando com o ganho de massa muscular, e melhorar a formação dos neurotransmissores, das hormonas, das imunoglobulinas (responsáveis pela defesa do organismo) e das enzimas digestivas, só para citar alguns exemplos.
2- Faça exercício físico regularmente
A atividade física ajuda a reduzir a ansiedade e fazem com que o organismo produza serotonina, que gera uma sensação de bem-estar e relaxamento, a mesma que algumas pessoas podem encontrar em determinados alimentos, como o chocolate. Muitos profissionais de educação física estão a disponibilizar treinos e exercícios online, para todos os gostos: dança, luta, yoga, entre tantos outros, basta escolher aquele com que mais se identifica. Se nunca praticou alguma atividade física é um bom momento para experimentar diferentes modalidades, até encontrar uma que o motive a continuar.
3- Aposte em alimentos naturais
Na hora das refeições, privilegie os alimentos naturais, como os cereais e leguminosas (arroz e feijão, por exemplo), frutas, verduras e legumes, proteínas de origem animal, como carne vermelha, peixe, frango e ovo, ou fontes de proteína vegetais. Inclua também na sua roda dos alimentos abacate, batata-doce, linhaça, amaranto ou chia, que ajudam a regular a libertação de energia ao longo do dia e a manter a saciedade por mais tempo. A compra dos vegetais, que precisa de ser feita em intervalos de tempo mais curtos, pode ser feita pela internet, sendo que alguns supermercados já fazem entregas ao domicílio. Quem puder optar pela agricultura biológica, também vai encontrar produtores que fazem a entrega de cestas sob encomenda.
4- Evite os alimentos processados
Uma grande parte dos alimentos procurados em momentos de tédio ou de compulsão alimentar são processados (bolacha recheada, salgados, refrigerantes, doces…). Estes produtos são ricos em aditivos químicos que aguçam ainda mais a vontade de comer e demoram mais tempo para nos saciarem, fazendo com que as quantidades ingeridas sejam altas. A maior parte deles é feita com carbo-hidratos refinados, gordura e açúcar que, quando consumidos isoladamente, dão picos e quedas rápidas de glicose. Se estes picos forem frequentes, podem gerar resistência à insulina, que pode provocar o ganho de peso ou até doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes tipo 2, dependendo da predisposição genética. O consumo frequente e excessivo destes aditivos causa inúmeras reações adversas ao organismo, como a perda de imunidade.
5- Beba água
Beba de 1,5 litros a 2 litros de água por dia, a hidratação correta ajuda a manter a saciedade e a saúde geral do organismo, além disso, muitas vezes os sinais de sede e fome podem ser confundidos.
6- Preste atenção às suas emoções
Muita gente costuma recorrer à comida em momentos de tédio, solidão, angústia, insegurança ou tristeza. Antes de comer, procure entender qual é a sua motivação. Se for apenas tédio, procure uma distração como um livro, um filme, uma atividade manual, algo que goste de fazer. Se estiver com algum sentimento negativo, anote tudo que está a sentir, isto pode trazer algum alívio. Também é possível procurar ajuda na internet, há muitos exercícios voltados à saúde mental, palestras, textos sobre autoconhecimento e até consultas de psicologia online gratuitas.
7- Anote o que for comer
Sente que está a perder o controlo sobre a quantidade de comida ingerida num dia? Escreva tudo o que for comer e os horários em que o faz. Ficará mais fácil identificar se há algum excesso e em que momento. A ideia não é passar fome, nem fazer dieta, é apenas reconhecer se está a ingerir alimentos com outra finalidade senão a de nutrir o corpo.
8- Faça snacks deliciosos e saudáveis
A alimentação tem um papel social e afetivo muito forte, que não deve ser ignorado. É um ótimo meio para reunir a família e também pode dar-nos momentos de prazer, por que não? Mas é possível conciliar a saúde e a afetividade. Aproveite o tempo livre e procure receitas deliciosas e nutritivas, feitas com ingredientes naturais, a internet está cheia delas. Leve as crianças para a cozinha, faça opções diferentes de snacks como espetadas de fruta, pãezinhos com batata-doce, mandioca, panquecas de tapioca, mousse de abacate, entre centenas de outras opções. Dê asas á sua imaginação e bom apetite!